RIO GENERO, 1624 - Ilustração de Reysboeck no livro Imagens

 do Brasil Colonial, de Nelson Goulart Reis

QUANDO O PÃO DE AÇÚCAR ERA UMA ILHA

Este é um dos primeiros mapas a mostrar detalhes da cidade do Rio de Janeiro, suas igrejas e fortificações. Várias características geográficas estão representadas de modo curioso, o que se deve tanto à imprecisão do conhecimento geográfico (por exemplo, a Baía de Guanabara alongada, como se fosse um rio) como à topografia, que há 400 anos era bem diferente da atual.

Repare na área em torno do Pão de Açúcar: não existiam a Praia Vermelha nem o terreno da Praça General Tibúrcio, que estavam cobertos pelo mar. O Oceano Atlântico comunicava-se diretamente com as praias da Saudade e de Botafogo. O Morro da Urca, o Pão de Açúcar e o Cara-de-Cão formavam um conjunto rochoso separado do continente - a Ilha da Trindade. Somente em 1697 é que se fez o aterro que ligou a ilha ao continente.

Mais que uma curiosidade, a descoberta deste fato solucionou um problema que intrigava os pesquisadores: porque Estácio de Sá teria escolhido um local tão vulnerável para se fixar e fundar a cidade? Agora sabe-se que o português estava certo: separado do continente, o conjunto do Morro Cara-de-Cão dificultava o ataque dos tamoios e dos franceses por terra. Não era mesmo tão devassado como se pensava, ora pois!

Celso Serqueira e-mail do autor

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