O QUE NÃO FALTA, ABUNDA Este porto do Rio de Janeiro é o melhor de todo o Estado do Brasil, assim por ser mais defensável como por ser abundantíssimo de
mantimentos e madeiras... (J.T. Albernaz)
Parece que nas terras cariocas, no século XVII, tudo era mesmo abundância. Pelo menos foi
assim que o cartógrafo João Teixeira Albernaz I descreveu a Cidade de São Sebastião no primeiro Atlas sobre a colônia brasileira, intitulado "Livro
que dá Razão do Estado do Brasil", publicado em 1626.
Apenas na parte defensiva faltava alguma coisa. Veja a observação dele sobre a Fortaleza
de Santa Cruz, em Niterói: "fortaleza nova, a melhor que há em todo o Estado do Brasil, mas mal provida de artilharia, por não ter mais que 11 peças
de bronze e 9 de ferro". Viu? Faz tempo que a segurança pública no Rio é um problemão!
Se você vir o nome de João Teixeira como autor de mapas
com mais de 100 anos de diferença entre si, não se assuste pensando ser um fenômeno de longevidade, pois trata-se apenas de parentesco.
Durante os séculos 17 e 18 (início) os Teixeira formaram uma família tradicional de cartógrafos, que começou com Luís Teixeira, se desenvolveu com
seus filhos Pedro Teixeira Albernaz e João Teixeira Albernaz (autor do nosso mapinha de hoje), continuou com seu sobrinho Estevão Teixeira e terminou
com João Teixeira Albernaz II, neto do seu homônimo. Para evitar confusões, alguns autores se referem a João Teixeira I e II, conforme o caso. Os
Teixeira foram responsáveis por grande parte dos mapas que
nos permitem acompanhar 400 anos depois a geografia do Brasil
e os principais pontos de interesse português no
pós-Descobrimento. Sua contribuição à história basileira
é imensa.
Celso Serqueira |
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