Detalhe do mapa "Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com suas

fortificaçoens", de João Massé, 1713, mostrando a muralha do Rio de Janeiro,

do Morro do Castelo ao Morro da Conceição

O RIO ATRÁS DA MURALHA   

(parte 1 de 3: O Projeto)

Por falta de pesquisas esclarecedoras, este é um dos temas mais evitados pelos nossos historiadores: a enorme muralha de pedra que cercou o Centro, no século 18, qual uma cidadela medieval. Para preencher essa lacuna da memória carioca, aqui vai a versão pesquisada, documentada e comprovada deste episódio. Agradecimento ao arquiteto e doutor em história Nireu Cavalcanti, autor do livro "O Rio de Janeiro Setecentista".

As invasões dos corsários franceses Duclerc (mal sucedida) e Duguay-Trouin (que arrasou o Rio) deixaram a população e as autoridades inseguras em relação ao sistema de defesa da cidade, no qual fora investida uma fortuna durante 150 anos. Nem mesmo a longa e pesada corrente que o governador Francisco de Castro Morais instalou entre o morro Cara-de-Cão e a Fortaleza de Santa Cruz, para servir de "cancela" na entrada da Baía de Guanabara, evitou a passagem da esquadra de Trouin.

Após amplo debate no Conselho Ultramarino sobre a necessidade de proteger o ouro de Minas Gerais que passava pelo porto do Rio, o rei decidiu mandar para cá o engenheiro militar João Massé, em 1713, com a incumbência de planejar o aprimoramento das nossas fortificações. 

Uma de suas principais tarefas seria projetar uma muralha de pedra capaz de proteger a cidade dos ataques vindos do interior, estratégia que já fora utilizada com sucesso pelos franceses. E é aqui que a nossa história começa de verdade.

Talvez não devesse comentar, mas a fidelidade ao leitor me obriga: esse engenheiro contratado pelos portugueses para projetar as defesas cariocas contra os franceses era... francês, ora pois! Só podia dar no que deu, como veremos adiante.

(continua...)

Celso Serqueira e-mail do autor

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